sexta-feira, 9 de setembro de 2011

PdC - Setembro 2011

Editorial
Antonio Capelesso

Em resposta a um desejo expresso pelo Papa Paulo VI, em 1966, Chiara Lubich deu início ao Movimento Paroquial convidando as pessoas do Movimento dos focolares que atuam nas paróquias a animar esta “célula da Igreja” com o espírito da unidade. Um programa que mais tarde se revelou em profunda sintonia com a Novo millennio ineunte, de João Paulo II, em que ele nos convida a “fazer da Igreja, portanto concretamente da paróquia, a “’casa e escola de comunhão’” (NMI, 43).

A luz sobre o candeeiro
O Evangelho nos orienta muito claramente de que a lâmpada deve ser colocada sobre o candeeiro, a fim de que ilumine a todos os que estão na casa e não debaixo da mesa, ou da cama.
A experiência nos mostra que as pessoas que tiveram a possibilidade de se encontrar com a luz de um novo carisma que, de tempos em tempos, o Espírito concede a algumas pessoas para o bem de toda a Igreja, percebem que uma nova luz ilumina suas mentes e impele seus corações a um novo ardor evangélico a serviço dos irmãos.
Esta luz colocada sobre o candeeiro ilumina a vida dos irmãos e da comunidade. Esta é a experiência de muitos leigos e sacerdotes que se encontraram com o ideal da unidade. Esta luz pode ser levada para dentro de nossas comunidades paroquiais se dois ou mais estiverem reunidos em nome de Jesus. Este é um caminho privilegiado para Deus operar grandes maravilhas neste ambiente.

A fonte desta luz
Uma das palavras da Escritura que fulgurou Chiara e suas primeiras companheiras e que se traduziu logo numa forte experiência de comunhão foi a promessa de Jesus de garantir a sua presença onde duas ou mais pessoas estão reunidas em seu nome. É a presença de Jesus na comunidade cristã que vive o seu mandamento novo (cf. Mt 18, 20). Os discípulos de Emaús, refletindo sobre a convivência com o Ressuscitado ao longo do caminho que os levava para casa, perceberam nova luz para entender as Escrituras e novo ardor no coração. Assim as pessoas que fazem a experiência dessa presença espiritual de Jesus na comunidade sentem que não podem manter os seus frutos somente para si, mas que esses devem ser transbordados na vida dos demais irmãos, nos vários âmbitos da Igreja e da sociedade.

A Palavra de Vida
Em muitas comunidades paroquiais essa nova luz renovadora começou com o acolhimento e a prática da Palavra de Deus. Desde o início do Movimento dos focolares, Chiara e suas companheiras tendo que correr para os refúgios devido aos bombardeios que ocorriam por ocasião da segunda guerra mundial, levavam para lá apenas uma lamparina e um pequeno evangelho. A graça desse novo carisma fez com que elas entendessem a Escritura de modo totalmente novo. Foi assim que surgiu a prática de escolher e praticar uma frase completa da Escritura durante um mês e partilhar as experiências vividas, denominando-a Palavra de Vida. Desta prática, surgiram os encontros da Palavra de Vida onde costuma-se acolher, meditar e, concretamente colocar em prática a Palavra de Deus, partilhando depois as experiências feitas. Quase sem perceber as relações se transformam: tornam-se mais verdadeiras, sinceras, adquirem profundidade. A Palavra de Deus que ilumina todo homem que vem a esse mundo, desse modo vivida e partilhada, tem levado muita luz e renovação espiritual para as comunidades paroquiais.
Nesta edição de setembro, apresentamos vários textos que podem ser uma excelente oportunidade para uma verdadeira renovação espiritual que deve transbordar de nossos corações para dentro de nossas comunidades paroquiais, graças à realização da promessa de Jesus de estar presente onde seus discípulos estão reunidos em seu nome.